Cirurgias eletivas em
hospitais do Corpo de Bombeiros do RJ estão suspensas
Corporação culpa caos financeiro e informa que
exames laboratoriais também estão restritos a casos de emergência. Militares
reclamam repasses de fundo de saúde.
Por
Nicolás Satriano, G1 Rio
17/01/2017
06h00 Atualizado há 50 minutos
Cirurgias
eletivas estão suspensas em hospitais do Corpo de Bombeiros (Foto: Reprodução
TV Globo)
Estão
suspensas as cirurgias eletivas (aquelas que não são emergenciais) em unidades
de saúde do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Questionada, a corporação
informou ao G1 na noite desta segunda-feira (16) que algumas empresas
pararam de fornecer materiais cirúrgicos por falta de pagamento e, por isso, a
instituição precisou fazer "opções". Segundo o Corpo de Bombeiros, a
causa para a paralisação nos serviços é a crise financeira do Rio de Janeiro.
Enquanto
isso, se multiplicam as reclamações de militares que contam com os atendimentos
nas 60 unidades da rede de saúde da corporação. O problema estaria ocorrendo
desde meados de dezembro último, segundo a instituição.
Os quase
15.600 bombeiros do Rio contam com a rede para serem atendidos em hospitais,
postos médicos, policlínicas e odontoclínicas. Em nota, a corporação ressaltou
que cirurgias emergenciais continuam sendo feitas e que suspender as operações
eletivas foi uma forma de "manter a excelência de todos os procedimentos
emergenciais".
A
realização de exames laboratoriais também preocupa os servidores. A corporação
informou que a empresa contratada para prestar o serviço não foi paga
integralmente e, por isso, só estão sendo realizados exames de "análises
clínicas de pacientes internados e emergenciais".
"A
minha esposa está aguardando uma cirurgia de hérnia abdominal pós-cesárea e o
médico dela, no HCAP [Hospital Central Aristarcho Pessoa], informou que não tem
previsão para essa cirurgia e, inclusive, elas estão suspensas", desabafou
um bombeiro que pediu para não ser identificado.
Fundo de
Saúde
Fora as
suspensões de cirurgias e exames, bombeiros estão indignados porque o Estado
desconta mensalmente ao menos 10% do salário deles para pagar o custeio dos
serviços de saúde. O valor que é arrecadado vai para o Fundo de Saúde dos militares
e, então, é repassado pela Secretaria de Estado de Fazenda para a corporação,
que fica responsável pela gestão dos recursos.
"A
nossa maior preocupação é em relação ao Fundo de Saúde. Se cada bombeiro
colabora com 10% e 1% por dependente, é um valor que não pertence ao Estado, e
nem ao Corpo de Bombeiros, mas sim ao militar, e deve ser utilizado
exclusivamente nisso [na saúde]", explica o presidente da Associação de
Bombeiros Militares do RJ, Mesac Eflain.
Ainda
segundo Eflain, o repasse do governo para o Fundo de Saúde do Corpo de
Bombeiros não tem sido realizado há meses e o passivo estaria em torno de R$ 20
milhões. Até o fechamento desta reportagem, a Secretaria de Estado de Fazenda
não informou se há atraso no repasse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário